Raízes e meizinhas na feira de Viçosa: para apressar o parto ou para deter a xistose.
Xistose
O mesmo que esquistossomose.
É a patologia mais disseminada na Zona da Mata alagoana, seguida de perto pela doença de chagas. Pesquisas realizadas no início da década de 70 apontaram Viçosa como o maior foco de esquistossomose do mundo – recorde este bem mais merecedor de preocupação que de orgulho.
A doença deve o nome ao causador – o verme Schistosoma, provavelmente originário do Egito, tendo sido sua presença detectada até mesmo nas múmias dos faraós.
O verme se aloja preferencialmente em caramujos de água doce – muito freqüentes nas águas estagnadas ou semi-estanques do Paraíba, durante o verão e em seus riachos contribuintes. A espécie de caramujo mais comumente encontrada na região é a simpática e pouco pronunciável Biomphalaria glabatra.
Só secundariamente é que o Schistosoma se abriga no organismo humano, provocando-lhe distúrbios hepáticos e intestinais e, vezes muitas, presenteando-lhe com a morte.
O folclorista e médico viçosense José Pimentel de Amorim, de tanto vasculhar a vida do helminto, acabou – pioneiramente – por descobrir seu hábito polígamo. O verme possui queda especial pela fauna humana, o que não chega a nos garantir completa fidelidade. Pode, também, ser encontrado nos corpos de gatos-do-mato, ratos, raposas e bichos afins.
Trata-se – a esquistossomose – de uma patologia extremamente recomendável para o nosso melhor inimigo.
Por Sidney Wanderley
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