Os times se enfrentam pela 390ª vez; agora, com um motivo especial.
Com histórias únicas, ídolos imortalizados e gols inesquecíveis, o clássico entre Flamengo e Fluminense comemora seu centenário, neste domingo, às 16h, quando os times se enfrentam pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro, no Estádio do Engenhão. Será a partida de número 390ª na história do Fla-Flu - 'clássico das multidões ou 'o mais charmoso' -, com ligeira vantagem do Flamengo, que venceu 139 vezes contra 123 do Fluminense.
Assim como em toda a história do clássico, a partida deste domingo não será simplesmente só mais uma. Além de marcar os 100 anos, a partida pode igualar as campanhas dos clubes neste Brasileirão. O Fluminense chega na terceira colocação com 15 pontos, somados em quatro vitórias e três empates. Com uma derrota, o Flamengo soma 12 pontos, na oitava colocação, mas pode desbancar o Flu em caso de vitória, por até um gol de diferença.
Começo inesquecível
Em 1912, enquanto o Brasil vivia os primeiros anos da República Velha, Flamengo e Fluminense iniciaram o que seria uma das maiores rivalidades do futebol nacional. Revoltados com o Fluminense, oito jogadores deixaram o time para fundar o departamento de futebol do Flamengo. Um ano depois, no dia 07 de julho de 1912, o Fluminense venceu o Flamengo por 3 a 2, em uma das partidas mais emocionantes do clássico, até hoje.
Passados alguns anos, e vitórias para ambos os lados, os times encontraram mais um motivo para aumentar a rivalidade do clássico. Em março de 1943, o Fluminense aplicou a maior goleada do Fla-Flu ao vencer o Flamengo por 5 a 1, pelo Torneio Relâmpago do Rio de Janeiro. A derrota ficou entalada na garganta dos Rubro Negros, que esperaram dois anos para assistir a maior goleada em um Fla-Flu. Com quatro gols do ídolo Pirillo, o Flamengo venceu o Flu por 7 a 0, em 1945, Torneio Municipal, devolvendo o orgulho Rubro Negro diante dos tricolores.
Além de histórico, decisivo!
Assim como dizia o poeta brasileiro, Nelson Rodrigues, "o Fla-Flu" surgiu quarenta minutos antes do nada". Sendo assim, vamos relembrar aqui as partidas decisivas que ainda relutam na memória de alguns torcedores. Um dos maiores carrascos do Flamengo, o atacante Assis entrou para a listra negra dos Rubro Negros. Em 1983, o Fluminense precisava da vitória para sonhar com o título. Aos 45, quando o Flamengo já gritava 'é campeão', Assis invadiu a área e calou metade do Maracanã. Mas o Flamengo ainda poderia estragar a festa do tricolor. Já eliminado, o Flamengo venceu o Bangu e deixou o título com o time das Laranjeiras.
Outro carrasco do Flamengo na história do Fla-Flu está mais recente ainda na memória do torcedor. Cogitado para assumir o comando da Gávea, antes da chegada de Joel Santana, o atacante Renato Gaúcho fez um dos gols mais inesperados e estranhos da história do clássico. Pelo Carioca de 1995, quando o Flamengo precisava apenas de um empate para levantar a taça, Renato Gaúcho apareceu dentro da pequena área, após chute de Aílton, e aos 42 minutos, colocou a barriga na bola para fazer 3 a 2 e estragar a festa flamenguista, eternizando a partida no clássico.
Fla-Flu na 'era Zico'Sem dúvida, Zico é um dos maiores nomes do 'mais charmoso'. Com 44 jogos na história do clássico, Zico marcou 19 gols se tornando o maior artilheiro do duelo. Para o atual técnico da Seleção Iraqueana, o momento mais marcante do clássico foi quando um torcedor invadiu o gramado no Maracanã pedindo, de joelhos, para que Zico parasse de marcar gols contra o Fluminense. A despedida do jogador do futebol não poderia deixar de ser diferente. Em 1989, Zico vestiu a camisa do Flamengo pela última vez na goleada por 5 a 0, pra cima do Fluminense, com um lindo gol de falta, se eternizando de vez como um dos maiores carrascos do Fluminense, no clássico.
Porque das Multidões?
Facilmente, a partida entre Flamengo e Fluminense pode ser chamada de 'Clássico das Multidões'. O nome foi batizado pelo jornalista Mário Filho para representar a quantidade de pessoas que iam até o Maracanã para prestigiar o clássico. Em 1963, pela Campeonato Brasileiro, o Fla-Flu registrou seu maior público com 194.603 pessoas estremecendo o Maracanã. Seria como ter toda a cidade de Hortolândia (195 mil habitantes - interior de São Paulo) dentro do estádio. Seis anos depois, foi o segundo maior público com 173 mil pessoas no estádio, hoje em reformas para a Copa do Mundo de 2014.
Fluminense liderançaO time do técnico Abel Braga tem a difícil missão de buscar a liderança logo contra o Flamengo. Na última vez que se enfrentaram, o Fluminense perdeu por 2 a 0, pelo Campeonato Carioca. Além de ser clássico, o técnico Abel Braga mantém o costume e faz mistério quanto a escalação do Fluminense, que deve ter de volta o atacante Fred ao lado de Wellington Nem.
Outra novidade no time deve ser o retorno do meia Thiago Neves, que segue se recuperando de uma artroscopia no joelho direito. Mas diferente do atacante Fred, o meia não deve começar no banco e mantendo Wagner na criação das jogadas ao lado do experiente Deco. No restando do time, o técnico continuou com o mistério, mas não deve sofrer alterações.
Clima tenso na Gávea
Precisando da vitória para salvar o técnico Joel Santana no cargo, o Flamengo demonstrou nesta sexta-feira, o clima nada amigável antes da partida. No final dos treinos, o meia Renato Augusto teve uma forte discussão com Luiz Antônio, depois que o volante, improvisado na lateral-direita não passou a bola para Augusto.
Depois de uma dura falta durante os treinos da semana, o jovem Adryan continua fazendo fisioterapia no tornozelo direito, mas não deve ser dúvida para o clássico. Se for vetado, o substituto será Botinelli, que vem demonstrando grande insatisfação com a reserva. Assim como o goleiro Felipe, que ainda não se acostumou com o banco e abandonou os treinos nesta quinta-feira.
Para esfriar os ânimos na Gávea, o diretor de futebol, Zinho, apresentou o volante paraguaio Cáceres, nesta sexta-feira. O jogador correu em volta do gramado, nesta manhã, mas ficará fora do clássico. Também fora, o volante Aírton renovou o contrato e ainda não teve o nome divulgado no BID da CBF. Sendo assim, Amaral continua sendo um dos quatro volantes de Joel Santana.
Fonte: Futebolinterior.com
Fonte: Futebolinterior.com
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